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Ministério Público denuncia vereadora e mais duas pessoas por suposto esquema de 'rachadinha'

De acordo com o MP, denúncia partiu de uma ex-assessora que trabalhou no gabinete da parlamentar entre janeiro e outubro de 2022. Vereadora nega acusações e a defesa dos envolvidos afirma que não há provas de irregularidades.

16/04/2025 às 16h10 Atualizada em 16/04/2025 às 16h18
Por: Redação
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O Ministério Público (MP-SP) denunciou a vereadora de Mogi das Cruzes, Inês Paz (PSOL), o irmão dela, Jorge Leonardo Paz, e o ex-chefe de gabinete da parlamentar, Rafael de Souza Rosa, por suspeita de "rachadinha" no gabinete da vereadora. Inês nega as acusações e a defesa dos envolvidos afirma que não há provas de irregularidades.

A ação é do promotor público Kleber Henrique Basso e é resultado da denúncia de Fernanda de Almeida Cursino que é ex-assessora da vereadora.

Ela trabalhou no gabinete de Inês Paz entre janeiro a outubro de 2022.Segundo a ex-funcionária, o salário que recebia era de R$ 2,5 mil , mas o holerite apontava que o salário oficial era de R$ 6,7 mil. A ex-funcionária afirmou ainda que a diferença de R$ 4,2 mil, teria que ser devolvida

egundo a ação, as devoluções eram coordenadas por Jorge Leonardo Paz, irmão da vereadora, e intermediada pelo ex-chefe de gabinete, Rafael de Souza Rosa. Os recursos eram repassados mensalmente pela denunciante e usados para despesas pessoais da parlamentar, conforme aponta a denúncia.

A denunciante também afirmou que outros servidores do gabinete estariam sujeitos à mesma prática. O recolhimento de parte do salário dos funcionários é o que configura a "rachadinha".

A ex-funcionária relatou ao Ministério Público que durante o período em que trabalhou no gabinete acompanhava Inês em compromissos externos, inclusive aos finais de semana e feriados. Ela afirmou que usava seu carro particular e era reembolsada apenas pelo combustível gasto.

De acordo com o MP, existe ainda um pedido de afastamento da vereadora, que tramita em segredo de Justiça e ainda não foi analisado. Em setembro do ano passado, a Câmara Municipal rejeitou a cassação de Inês Paz que está em seu quinto mandato.

No parecer, o promotor afirmou que a permanência da vereadora no cargo pode comprometer a investigação e que há fortes indícios de reiteração criminosa.

O promotor argumentou também que a denunciante foi ameaçada de exoneração pela vereadora que exerce função hierárquica sobre servidores do seu gabinete. Um deles, inclusive, prestou depoimento.

O que diz a vereadora?

A vereadora Inês Paz esclareceu que a denúncia não foi recebida pela Justiça e até o momento não há julgamento ou condenação. Ela se defendeu das acusações dizendo que sua trajetória política é marcada por "luta coletiva que se nega a ser silenciada".

A parlamentar disse não temer e afirma confiar no processo legal "na força da verdade que se constrói com o tempo". "Nunca fiz uso do cargo para benefício pessoal. Nunca traí a confiança de quem me elegeu", disse.

Segundo a vereadora, não há provas de crime e as acusações partem de "interpretações distorcidas e alimentadas por suposições e recortes" com o objetivo de "criminalizar formas legítimas e solidárias de atuação política".

Ela reafirmou seu compromisso como vereadora e que seguirá exercendo o cargo com responsabilidade, compromisso público e fidelidade.

Defesa

O g1 entrou em contato com advogado Horácio Neto Raineri, que representa a defesa dos três denunciados. Segundo ele, não existem provas do crime e há depoimentos negando que a parlamentar tenha cometido as irregularidades.

Fonte G1

 

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